Exodus in NY
South Art Dealer em parceria com ChaShaMa
Junho de 2023
A série Êxodo é composta por um conjunto de obras que trabalham temas relacionados aos valores monetários, como acumulação e transformação, ao mesmo tempo em que revelam seus caminhos percorridos e os impactos causados na sociedade ao longo do tempo.
Para tanto, em sua pesquisa, o artista autodidata Alexandre Frangioni (1967), explora os símbolos que estão incrustados na mente humana, como os cofres em formato de porquinho e touros bravos, oferecendo ao público uma nova percepção sobre estabilidade financeira e sua relação com os valores éticos e morais da atualidade.
A busca constante do artista por novos materiais, nesse caso, tecnologia de impressão 3D e moedas reais, permite interpor esses símbolos monetários, com base em questões coletivas, envolvendo valores, tempo e a memória de sociedades históricas, e como isso reflete no estado de espírito atual.
Como na série anterior, a união símbolo/matéria promove uma investigação de possíveis diálogos entre ações político-econômicas passadas e o resultado das sociedades contemporâneas.
Para o artista, a história retrata uma migração massiva de pessoas, conhecida como êxodo. Um exemplo claro disso, é o caso marcante da ocupação de Manhattan (EUA), não apenas durante seu período de colonização, mas posteriormente, no início do século XX, com a entrada de imigrantes europeus, através da conhecida Ellis Island. Como resultado, consolidou-se em um dos maiores centros financeiros de metrópoles do mundo. Para esta exposição, Exodus in NY, Frangioni evoca um discurso conceitual artístico por meio da instalação site-specific Exodus in Brooklyn, que combina duas séries de sua produção, Exoduse Codes, ou seja, um corpo de trabalho estético tridimensional desde 2016 até o presente.
A justaposição dessas duas séries promove uma reflexão sobre como as experiências afetam nossas vidas. A série Exodus retrata movimento e transformação. Já a série Code discute a relação entre espaço físico e virtual, invertendo percepções, tecendo uma crítica aos comportamentos interpessoais nas sociedades contemporâneas e sua relação com a tecnologia, comunicação, consumo, sustentabilidade e agilidade.
O avanço das tecnologias e o desdobramento de novas demandas para a população levam a uma difusão do virtual, seja ele espaço, pessoa, ação ou informação. Além disso, com a densa intervenção desses novos tipos de equipamentos, surge um desafio inesperado: entender até que ponto o virtual nos aproxima ou nos afasta da realidade.
Neste contexto, Frangioni formaliza seus questionamentos através da combinação desses conceitos, fazendo surgir o site-specific Exodus in Brooklyn.
Ao ler o QR Code na obra de arte, os espectadores acessam uma experiência cultural que conecta todos os elementos artísticos do artista e estendem sua complexidade a um ponto de reflexão sobre como estamos vivendo a vida.
Curadoria de Carly Aguilera