Atelier Alfredo Andersen 1906

Atelier Alexandre Frangioni 2021

Dois artistas, duas personalidades com estilos e técnicas distintas, separados por mais de um século. Alfredo Andersen, de origem norueguesa, nascido em 1860, residente e cidadão de Curitiba nos seus últimos trinta anos de vida. Alexandre Frangioni, brasileiro de São Paulo, nascido na década de 1960.

Hoje, juntos, com suas obras lado a lado em exposição no Museu Casa Alfredo Andersen, impressionam e seduzem o olhar, não só pela expressão de suas obras, como pela profunda afinidade dos temas.

Como memórias de um tempo remoto, Andersen nos desloca para seu mundo, com obras surpreendentes e valorosas para o entendimento social, político e até etnográfico da época. Com profunda observação da atualidade, século XXI, Frangioni nos conduz a temas primordiais e análogos, que continuam tão presentes, apesar de já conhecidos.

Surpreendentemente, percebemos que os artistas dialogam, ambos abordando em suas obras temas essenciais da vida moderna. As cartas escritas pelo artista Alfredo Andersen, no início do século passado, são verdadeiros documentos que expressam sua vivência e trajetória artística. Tratam de duas principais vertentes: da questão financeira, consequentemente da situação política do Brasil à época; e dos retratos, na visão diferenciada do artista.

Já as obras de Alexandre Frangioni escolhidas para a exposição tratam dos mesmos dois temas, com formatos e técnicas totalmente contemporâneos: questões monetárias relativas à nossa época; e a superexposição por meio de retratos. Ambos os artistas se debruçam em questões de seu tempo, absolutamente análogas e atuais, passado e presente, para se pensar o futuro.

Adriana Rede
Curadora