Alexandre Frangioni
“Tratados”, 2022
Medidas: 142 x 464 x 04 cm (AxLxP)
Cód. Identificação: 1219
Materiais: Impressão jato de tinta sobre couro ecológico, veludo vermelho, costura dourada, chassis de madeira, dog tags em madeira gravada a laser, barbantes de juta e varetas de bambú.
“Tratados” (2021), surge a partir da comparação do poder sobre a ocupação da terra e seus povos nativos entre o período de colonização do Brasil e os dias atuais. O Tratado de Tordesilhas é utilizado para abordar o período da Colonização e Império do Brasil, propondo uma reflexão sobre a família real portuguesa e seu poder sobre o Brasil Colônia e a população nativa.
“Tratados” é composto por treze peças. Doze peças reproduzem as páginas originais do Tratado de Tordesilhas impressas sobre couro ecológico e costuradas em fio dourado sobre veludo vermelho e emolduradas em madeira pintada na cor dourada. A décima terceira é uma peça de madeira onde estão pendurados 474 dog tags de madeira com os dados recentes das tribos indígenas brasileiras, como forma de representação da violência sofrida por estes povos nativos desde o achamento do Brasil.
Sobre a Série Império
“Império” tem como conceito norteador apresentar as relações entre momentos históricos e atuais do Brasil.
Se hoje vivemos um acirramento da polarização nas relações políticas e sociais, a exposição Brasil Império quer abordar a relação e/ou disputa de poder entre diferentes povos/etnias e classes sociais. Contemporaneamente, tentar entender como os valores éticos e morais de nossa sociedade atual se formaram, num contexto de miscigenação forçada de diferentes povos e culturas, talvez seja um caminho para entendermos que a representatividade de um povo não pode mais se limitar a questões geográficas.
Desta forma, as obras da série Império trazem uma contribuição à reflexão sobre os tempos atuais ao pontuar as relações entre momentos históricos e atuais no Brasil, com a intenção de abordar os impactos criados na construção dos valores cidadãos na sociedade contemporânea.
Através do uso de diferentes materiais e a representação de símbolos, tenho produzido obras a partir de narrativas sobre as questões envolvidas nos valores, tempo e memória das sociedades históricas e como eles se refletem na mentalidade contemporânea. Como em séries anteriores, a união símbolo/material promove uma investigação dos possíveis diálogos entre os efeitos das ações político-econômicas do passado e seus efeitos para a sociedade nos dias de hoje.
Sobre o Artista
Alexandre Frangioni tece relações entre as sociedades, seus valores históricos e o tempo através da memoria, utilizando materiais, imagens e objetos simbólicos, que são diretos e de fácil identificação. Surge no artista a fagulha para a discussão, através de sua obra, sobre todos os valores e como eles se relacionam com o passar do tempo, com a partição do tempo, embora o tempo continue ininterruptamente.
A visão de Alexandre Frangioni não é somente uma posição, é principalmente uma atitude diante das relações entre memória, tempo, dinheiro, valor e a real importância do humano. Nascido em 1967, atualmente vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Formado em engenharia química, em 2007 iniciou sua carreira artística como autodidata e aprofundou-se nos estudos em arte sob a orientação do artista João Carlos de Souza.
Desde 2016 participa de Feiras Internacionais de Arte, nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Peru. Realizou exposições em relevantes Museus pelo Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto (MARP), Museu de Arte de Goiânia (MAG), Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso (MARCO), Museu de Arte Contemporânea de Blumenau (MAC Blu), Museu Luiz Sacilotto em Santo André (Casa do Olhar), Museu de Arte Contemporânea de Jataí (MAC Jataí), Pinacoteca Benedito Calixto – em Santos, assim como de exposições alternativas tais como “#Prélocação” e “o desejo do outro” ambas em São Paulo. Possui obras nos acervos de AAL – Arte Al Limite e Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande.